Opinião

Moinhos de Vento

24 setembro, 2019
Moinhos de Vento

 

A discussão está só começando e cada um protege seus interesses. Estão errados? Não.

Pode atrapalhar a legalização das apostas esportivas no País? Sim.

Nos últimos meses, ao se tornar a única nova modalidade de jogo com possibilidade concreta em ser legalizada e regulamentada no Brasil, as apostas esportivas de quota fixa ficaram no centro das atenções e serviram de pretexto para que diversos grupos, com interesses divergentes e outros convergentes, ganhassem destaque em Brasília.

Atualmente em Brasília existem três Grupos distintos: um que está empenhado em aprovar o Regulamento para as apostas esportivas e abrir o mercado para os brasileiros, outro que pretende aproveitar a deixa da Lei nº 13.756/2018 e trazer para a legalidade todo o tipo de jogos, inclusive as apostas esportivas e, um terceiro e mais divergente, que condiciona a regulamentação das apostas à existência dos Casinos em solo brasileiro.

Esse terceiro Grupo existe, não são apenas Moinhos de Vento trazidos à vida por um Dom Quixote qualquer.

Acreditem.

Como se sabe, o mercado americano teve a sua abertura para as apostas esportivas há apenas um ano. Antes disso, existia um certo duopólio deste tipo de produto por alguns Estado e, consequentemente, poucos grupos empresariais poderiam explorar as apostas em seus estabelecimentos físicos localizados nestes Estados.

Esse modelo funcionou durante décadas e possibilitou que grandes players dos jogos de azar se transformassem em verdadeiros gigantes transnacionais, com operações espalhadas pela Europa e Ásia.

Porém, com a abertura do mercado para as apostas, muitos destes players enxergam no Brasil uma excelente oportunidade em continuar a lucrativa atividade de forma singular, ao ponto de defenderem a ideia de que para um site de apostas ter credibilidade é preciso que o mesmo tenha um Casino por de trás, onde o cliente possa “enxergar” a operação.

Balela.

É uma miopia enxergar desta maneira e contra produtivo na árdua tarefa em legalizar o jogo no país.

O mais sensato, em se tratando de Brasil, é aproveitar a oportunidade legal que temos hoje, juntar forças e regulamentar as apostas esportivas de quota fixa, pois, com a aprovação da sociedade, que enxerga tal produto atrelado ao desenvolvimento do esporte mais popular do país, será mais simples aprovarmos os jogos tradicionais no Poder Legislativo.

Não deixem os moinhos de vento se transformarem em gigantes.